17 de julho de 2009

Hasta Siempre Madrid

Acabou-se.

Foram 6 meses que passaram muito rápido. 6 meses em que tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas novas e uma cidade que aprendi a gostar. Tive a oportunidade de trabalhar numa empresa com um ambiente e pessoas como não pensava ser possível existir.

A todos os que ajudaram a tornar esta experiência inesquecível, muito obrigado.

A todos os amigos que fiz, até já.

Aos meus companheiros de casa, JP e Diogo, foi um prazer.

A todos os que sofreram com a minha ausência, já passou.

Este é o meu último post neste blog. Obrigado também a todos os que o leram regularmente.

Te echaré de menos, Madrid.

Un saludo,

João

6 de julho de 2009

Nostalgia antecipada

O regresso aproxima-se. Faltam duas semanas de trabalho e depois acabou-se.

Começo a sentir já alguma nostalgia por tudo aquilo de bom que vivi mas, também, alguma frustração por tantas coisas que queria ter feito e não tive tempo. Depois de me habituar a esta rotina, ao trabalho, à cidade, não sei como será regressar. Mas sei que verei tudo com olhos diferentes.

Raramente falei de Madrid enquanto cidade. Queria chegar mais perto do fim para ter uma opinião melhor formada. A verdade é que esta cidade tem tudo, menos mar. É a cidade da movida e aqui ninguém nunca ninguém morrerá de tédio. Não é barata, é um facto. Mas é muito segura e tem uma rede de transportes fenomenal. Tem todo o tipo de pessoas, todo o tipo de bairros, todo o tipo de restaurantes. É, sem dúvida, uma das grandes cidades europeias e do mundo.

Mas falta o mar. Os pastéis de nata. O bacalhau. Os secretos de porco preto. A baía de Cascais. As sardinhas. O pão alentejano. O Chiado. Os gelados do Santini. A mousse de chocolate. O estádio da Luz. O polvo à lagareiro. A aletria da avó. A serra de Sintra. As costeletas de Novilho do Tachadas. A amêndoa amarga. As minhas praias. O requeijão com doce de abóbora. O arroz de cabidela. O rio Tejo. O caipirão. Os croissants do Jumbo de Cascais. O castelo de S.Jorge. O bitoque. A água do Luso. O silêncio de Rio de Moinhos. O arroz de pato. O frango no churrasco. A vista da Ponte 25 de Abril. O sumol de ananás. O arroz doce. A esplanada do CCB. A morcela de arroz. As pataniscas. O Tamariz. As ameijoas à bulhão pato. A feijoada. O elétrico. O frango à fricassé. As migas alentejanas. A marginal. Os caracóis. Os rissóis de camarão. O Casino Estoril. O prego com mostarda. O vinho tinto. O bairro de Campo de Ourique. Os scones da Chaleira. O Bairro Alto. O cozido à portuguesa. A Super Bock. O Pavilhão Atlântico. As conquilhas do Eduardo. A pizza calzone do Don Formaggio. A Baixa. O arroz doce. A frize de limão. A marina de Cascais.

E falta o mais importante, os vossos sorrisos.

23 de junho de 2009

Dificuldades

Depois de mais de 5 meses em Madrid, comunicando com pessoas de países tão variados como Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, México, Venezuela, Argentina, Brasil, Estados Unidos, Andorra, India e outros, percebo que o meu nome é uma palavra impronunciável correctamente para alguém que não seja nativo português. Há que ser exclusivo em alguma coisa.

Aqui estão os palavrões que me costumam chamar:

Djáo

Jáo

Jon

Joan

Djoá

Jôãô

Yon



Um abração do João

5 de junho de 2009

Mensagem # 2

Não vejo para lá desta parede de vidro. Gosto de pensar que o lado de cá é suficiente.

3 de junho de 2009

Mensagem # 1

Não reparei no vento que estava a passar. Andei, andei, andei. Desci e subi. Sem perceber, voltei onde ainda não tinha estado. O vento agora parou, mas vai voltar. E quando voltar, vou continuar a andar. Por aí. Sem destino.

27 de maio de 2009

Sem título

Começo a escrever este texto e ainda não tenho um tema na minha cabeça. Talvez um bom assunto seja insatisfação. Não que seja esse o meu estado de espírito actual. Não é. Acho que é antes uma nuvem que não me larga o destino.

Começa a aproximar-se o final da aventura madrilenha. Aventura talvez não seja o melhor termo. Sinto-me e senti-me sempre demasiado seguro para lhe chamar assim. Já decidi que não quero prolongar esta estadia e não é por falta de oportunidade. Raramente optei pelo caminho mais seguro e não é agora que vou mudar as minhas convicções.

Podem chamar-me eterno insatisfeito, ou outra coisa que tal. Provavelmente, caso tivesse ido para a China, Japão, México, Argentina ou algo similar, países que me alimentavam a ilusão, a decisão seria igual. A experiência estou a vivê-la e isso ninguém me tira. Tiraram-me antes a oportunidade de viver com os pés num chão mais irregular e numa estrada com mais buracos. Sem ressentimentos.

Mas não me dou como derrotado pela insatisfação.

Apeteceu-me escrever. Escrevi.

4 de maio de 2009

Problema de Expressão

Acho que posso dizer que os espanhóis têm alguns problemas de expressão.

Têm dificuldade em falar um idioma que não o seu. É incrivelmente difícil perceber um espanhol a falar inglês. E têm outro problema interno pois em Espanha temos, para além do Castelhano (idioma oficial), o Galego, o Catalão e o Basco. Este bilinguismo também não os ajuda muito. A culpa foi de quem se lembrou de “coser esta manta de retalhos” que se chama Espanha.

Culpa teve também o Franco pois, em 1941 e imitando o seu colega italiano Mussolini, promulgou uma lei que obrigava a que os filmes fossem dobrados. Ao antigo ditador, apesar de supostamente esta lei ter sido criada para defender o idioma da pátria, dava-lhe jeito ter 100% de controlo sobre as falas dos actores nos filmes da altura... E assim ficou. Como tal, e uma vez que não ouvem outro idioma que não o seu, têm algumas dificuldades em esquecer-se da sua pronuncia ao falar outra lingua.

Ponto positivo relacionado com estas coisas, é o valor que os espanhóis dão ao que se faz no seu país. Seja cinema, música, teatro ou qualquer outra forma de arte. Defendem muito o seu “produto” e um bom exemplo é as músicas que passam na rádio. A grande maioria é “made in spain”.

Noutro dia os Clã fizeram o favor de nos visitar em Madrid. Foi um concerto numa sala pequena mas cheia de portugueses saudosistas e espanhóis curiosos. A Manuela e companhia estiveram fenomenais e foi um concerto que vamos com certeza relembrar por muito tempo. Para além das músicas, vamos recordar a energia da vocalista Manuela Azevedo que nos hipnotizou com um misto de afinação, entrega, teatralidade e provocação impressionantes.

Melhor que tudo, foi a frase que disse quando justificou porque, para ajudar na internacionalização dos Clã, nunca cantaram em inglês: “Não conseguimos traduzir aquilo que escrevemos em português pois é na nossa língua que escrevemos, que sonhamos, que namoramos, que...”. Isto sim, é uma mulher sem problemas de expressão.

Mas como bons portugueses, tentamos sempre agradar aos estrangeiros. Para além de ter tentado falar sempre em espanhol (e bem), a vocalista dos Clã ainda cantou uma música do último album em espanhol para delírio de nuestros hermanos. Excelente expressão, sem problema.

Para além de tudo, os Clã ainda ficaram um bom tempo nos bastidores a falar com os emigras e a tirar (muitas) fotos.




Mas este post tem ainda outra finalidade. Como bom português, devo ter também o tal “Problema de Expressão”. Como tal, aproveito para dedicar esta música a todos os que pensei quando a ouvi ao vivo.

http://www.youtube.com/watch?v=WdVV4Gh1xd8

Só para dizer... Isso mesmo.

Um abraço bem português.

31 de março de 2009

Estupidocracia

Hoje senti-me mesmo emigrante. E emigrante estupidificado com a burocracia e falta de rigor.

Há cerca de um mês atrás, marquei “cita” para tirar o NIE – Número de Identificação de Estrangeiro. Pareceu-me tudo bem organizado, marcação via telefone, ver estado da marcação via internet, envio de sms para confirmar “cita”, etc.

Neste momento, a odisseia que passei e os 10€ gastos (mais bilhetes de metro), não me servem para nada mas, caso alguma empresa espanhola queira contar com os serviços deste talentoso marketeer, poderá servir. Digamos que é pensar num futuro com 5% de probabilidade de vir a acontecer.

Mas não foi só dinheiro e tempo que provavelmente perdi. Perdi, pela primeira vez que estou em Madrid, a paciência.

Pensei em várias formas de contar esta estória e escrever este post, e julgo que a melhor é por factos. Assim:

16.40h – Saio da empresa e dirijo-me alegremente de carro para casa.

17.15 – Deixo o carro em casa e saio em direcção ao metro Parque de las Avenidas com destino a Puerta de Toledo, estação de metro do outro lado da cidade => 10 estações; 2 trocas de linha; 35 minutos

17.55h – Entro nas instalações da Direcção Geral da Policia e Guarda Civil.

João: Hola, tengo cita previa.

Senhor: De que nacionalidad eres?

João: Portugués.

Senhor: No es aqui. En la internet la direccion esta errada. Tienes que ir a otro sitio…

Muito bom. A informação na internet está errada e agora o emigra tem de ir para o outro lado da cidade de novo.

18.05h – Reentro no metro em direcção à estação de Estrecho.

18.35 – Chego ao destino e já na rua pergunto a um simpático “tio” espanhol onde é a calle que me indicaram. Aponta-me na direcção exactamente contrária para onde deveria ir e fez-me andar 15 minutos às voltas até encontrar a rua e o edifício certos.

18.50h – Chego e coloco-me na fila. Mandam depois entrar 20 pessoas de uma vez e vão todos para uma sala de espera, qual turma do primeiro ciclo. Um responsável dirige-se aos emigrantes e pergunta se temos isto e aquilo. Claro que, a mim e uns tantos outros, faltava qualquer coisa.

Faltava pagar uma taxa qualquer que só pode ser paga num banco. Este simpático senhor fornece-me o papel necessário e diz-me que, apesar da hora tardia, há um banco aberto na estação de Chamartin onde poderei pagar a tão importante taxa. Porque raio tem de ser num banco e não directamente no local onde se trata do restante, não sei.

18.55h – Saio a caminho de novo da estação do metro e oiço: “Cariño! Cariño!”. Uma senhora de meia idade mas que se vestia como tivesse vinte anos e que chamava todas as pessoas por “cariño”, supostamente de nacionalidade de um país do leste, parece dirigir-se a mim (não devia saber o caminho). Fones nos ouvidos e toca a acelerar o passo. Qualquer minuto perdido podia ser fatal nesta luta contra a estupidocracia.

19.10h – Já depois de observar um sujeito com ar de iraniano e com aspecto duvidoso no metro, chego à estação de Chamartin. Na chegada o motorista distrai-se e trava um pouco bruscamente. O suposto iraniano desequilibra-se e cai desamparado. Ao levantar-se e ao sair do metro grita repetidamente: “FILHO DA PUTA DO MOTORISTA FRENOU MUITO RÁPIDO!”. Exacto, senti-me mal por ter pensado que este companheiro emigrante do nosso querido Portugal tinha um ar estranho…

19.13h – Entro no banco, pago e saio em passo rápido de novo em direcção ao metro.

19.25h – Saio do metro já de novo em Estrecho. Olho para o relógio e faltam 5 minutos para o sítio fechar. Esqueço a tendinite que me vem mordendo o joelho direito e corro qual “flash”, como se tirar o NIE fosse uma questão de vida ou de morte.

19.28h – Entro no edifício a tempo. Não era uma questão de vida ou de morte, mas já o considerava uma questão de honra.

19.35h – Após subir para um piso superior após confirmação de identidade, sou atendido por um simpático senhor. Demora um pouco a escrever no computador mas, de facto, a coisa não tardou mais de 10 minutos. Nem uma pergunta sobre o que faço em Espanha. Depois pede-me para verificar os dados, altura em que reparo que Filipe está escrito à espanhola: Felipe. Estes espanhóis…

19.45h – Após ter de fazer tudo de novo, o simpático senhor atribui-me o tão desejado NIE, entrega-me a respectiva folha de confirmação e saio a caminho de casa.

20.20h – Chego a casa derrotado pelo cansaço e penso: “Ainda falam de Portugal…”

Trinta e sete estações de metro e 5 bilhetes gastos depois, apeteceu-me não ser emigrante. É que isto foi apenas para tirar o NIE, caso seja preciso, faltam ainda tantas outras coisas…

Um abraço do estrangeiro em Espanha número: Y0487389-X


25 de março de 2009

Suposições


O que vou contar neste post é meio caricato. Algo estranho. Semi-incompreensível. Era exactamente coisas deste género que gostava de ter para contar pelo menos uma vez por semana. Mas uma vez que vim para Madrid e não para a China, Gana, Timor, Japão ou outro que tal, isso não me tem acontecido.

Feito o desabafo, vamos ao que interessa.

Os factos:

- um jardim público
- duas senhoras
- o esgoto
- vários sacos

Como e porquê se relacionam estes items, não sei explicar. Poderia até fazer uma série de suposições mas acho que provavelmente não acertaria nem em cem tentativas.

Portanto, limito-me a observar e a partilhar aquilo que registei. Num jardim público, e sem se importarem de ser observadas por algumas pessoas, duas senhoras abriram uma tampa de esgoto e tiraram uma série de sacos lá de dentro. A mais delgadita teve inclusivamente que entrar dentro do esgoto. Na primeira tampa parecem não ter tido sucesso na busca e passam para uma segunda tampa de esgoto. O processo é semelhante mas a diferença é que parecem encontrar algo que procuram e saem alegremente de cena com a dita coisa em sua posse.

As provas:
(a primeira tampa de esgoto invadida)


(a segunda tampa de esgoto invadida)


Quem quiser, pode tentar explicar. A explicação mais original ganha una caña y una tapa en Madrid.

Un saludo (com cheiro a mistério...)

17 de março de 2009

Tres Cantos. Três idiomas.

Aqui falo español, english e português.

Uma das vantagens de trabalhar na Integromics é que posso praticar três idiomas. Falo espanhol com os colegas espanhóis, o meu chefe é inglês e este é o idioma oficial da empresa, e relembro o português. Isso mesmo, relembro e pratico o português, tal como o faço a escrever neste blog, pois é mesmo importante que o faça... quando em conversas do dia-a-dia começo já a pensar primeiro em espanhol, isso não é nada positivo. Ou seja, aqui nem ninguém se apercebe muito (pois acontece a todos...), mas já saem algumas coisas (conscientemente acho...) do tipo:

“Vamos buscar um restaurante por aqui?”

“Tens de baixar aqueles ficheiros...”

“ Já está tudo listo?”

“Cogemos um taxi na Plaza Mayor.”

“Seguro que é essa estação de metro?”

Por outro lado, se praticar o inglês com o meu chefe (native speaker) é muito positivo, já ter de falá-lo com os espanhóis, é algo de caricato. Por duas simples razões. O meu fantástico sotaque é dificilmente entendido por eles e, ainda, pois aqui é considerado benzoca se falares inglês correcto em vez de um english bem regado com sotaque español. Para além de ridiculo, obrigam os english good speakers como yo, a falar mal inglês e a dizer coisas como UI FI. Sim, isto seria WI FI...

Ainda me acontece outra coisa. Tanta confusão paira nestes neurónios que restam que, muitas vezes, quero falar inglês mas sai espanhol, quero falar português, sai inglês, e todas as demás combinações possible.

Já que falo de idiomas e sotaques, aproveito para partilhar outro pormenor. A maioria dos meus 48 colegas do contacto são do norte. Os meus companheiros de casa são do norte. Podem imaginar o que está a acontecer ao meu sotaque e às palavras que saem naturalmente por estar à beira destes jobens tripeiros... é que, para piorar um pouco, os nuestros hermanos também trocam os “vês” pelos “bês”... Carago!

One big kiss y un saludo deste jobem recentemente emigrado pero a litle bit afectado.

1 de março de 2009

Puórtó!

Fui ver o Atlético Madrid – Puórtó.

Sou simpatizante deste menos poderoso clube de Madrid e, obviamente, adepto fanático do Simão Sabrosa (daí o cachecol de Portugal, não se deixem enganar), pelo que era uma boa oportunidade. Infelizmente, deixei que um colega do Puórtó me comprasse o bilhete o que fez com que fosse colocado aqui:




Tudo bem, não passa nada. Até porque eles me fizeram sentir em casa (impressionante como o Benfica está sempre presente):


Quanto ao jogo, o Simão não jogou nada de especial e, para ser honesto, o Puórtó jogou muito bem e merecia ter ganho. De qualquer forma, foi o primeiro jogo que vi no estrangeiro e logo da Liga dos Campeões, pelo que valeu a pena.


Para o meu Irmão:

Festejo de Lisandro (1º golo do FCP):



Festejos no 1º Golo do Atlético:


Líder dos Super Dragões:



Simão Sabrosa 20:



Resultado Final:

5 de fevereiro de 2009

A minha brasileira

Aquela que está dentro do capot do meu carro, a quem eu nunca vi a cara mas que costumava ouvir frequentemente a voz, e me dá as indicações para não me perder. Que saudades tinha eu dela. Mas mesmo assim perco-me... De qualque forma, estou a melhorar, nesta primeira semana, só me perdi nos dois primeiros dias. Muito pior era quando andava a pé e de metro, acho que me perdia pelo menos 2 vezes por dia.

Fiquei a trabalhar desterrado numa cidade a 23 kms de Madrid mas agora a conversa é outra. Pois é, os dias de frio continuam mas agora não me afectam. Aquecimento em casa, rabinho quentinho no carro, aquecimento no trabalho. Eu queria um país quente, ora aqui está o que foi possível arranjar.

Aproveito ainda para deixar uma foto do meu companheiro, cheio de neve, à porta de casa, da vista para rua da janela de minha casa e, ainda, da entrada do edificio onde trabalho.

Um caloroso abraço a 0º.



Orgulho Nacional

Só quem está fora percebe. Quando estamos em Portugal, não entendemos isto do sentimento "saudosisto-nacionalista". Bem sei que estou fora há menos de um mês mas, de qualquer forma, mesmo sendo um caloiro da emigração, já sinto assim qualquer coisa diferente quando oiço falar de Portugal.

Há uns dias, realizou-se em Madrid, a FITUR. Uma feira enorme de turismo com 12 pavilhões e stands de países de toda a Europa e Mundo. Escrevo este post basicamente para mostrar que nós podemos e fazemos tão bem ou melhor que qualquer outro povo. O nosso stand era, sem dúvida, o melhor dos países europeus e um dos melhores da feira. Mais, gostei de perceber que a campanha que a BBDO criou (Europe's West Coast) para o reposicionamento da imagem do nosso país estava muito e bem presente.

Parabéns a nós.





4 de fevereiro de 2009

Conversa de merda

Há conversas que consideramos interessantes. E há conversas de merda. A questão é saber se há conversas de merda interessantes ou, por outro lado, conversas interessantes sobre merda? Acho que não, mas estou um pouco confuso.
De qualquer forma, não resisto a partilhar convosco algo pouco interessante. Eis o papel que está presente (esta palavra não foi usada ao acaso) em todos os WCs do Parque Científico de Madrid, mesmo à altura dos olhos quando estamos sentados nas maravilhosas cadeiras com buraco que alguém, em boa hora, se lembrou de inventar:






Para os que estão menos à vontade no idioma em questão, façam o obséquio de ler a seguinte tradução independente:

"Estimados utilizadores do WC:

É imprescindivel usar o autoclismo para não deixar presentes para o utilizador seguinte. É imprescindivel o uso do piaçaba, está perto da retrete, é de fácil manuseamento.

Por favor, que ninguém se sinta ofendido por este pedido, uma vez que o motivo do mesmo é a agressão visual e olfactiva que sofremos todos os dias. Recebemos inúmeras queixas e podemos comprová-las, de forma desagradável.

Pedimos um pouco de respeito pelos colegas. Obrigado."

Interessante, não?

29 de janeiro de 2009

29 x longe

Já se contam 29.

Mais um, menos um. Dá igual.
Último dos 20's. Irrelevante.
Dia de aniversário. Um dia como os outros.

Mas pela primeira vez, não pude ter por perto aquelas pessoas. Não é dramático, mas é pelo menos estranho. Cá de longe, segue um abraço para quem se lembrou e outro para quem gostava de se ter lembrado.

Obrigado.

20 de janeiro de 2009

66% ou 2/3 ?

Quando faço viagens, mesmo estando a adorar o destino, chega uma altura em que o sentimento é misto. É mais ou menos quando passaram 66% dos dias ou 2/3 das férias. Tanto me apetece que as férias não acabem, como já gostaria de estar em casa ao pé daquelas pessoas e dos meus cheiros.

Hoje, no comboio, estava uma rapariga a ler um guia turístico de Lisboa. 66% ou 2/3 de mim, sorriram.

Até já.

Atocha

7.45h.

Já não me lembro da última vez que o despertador tocou tão cedo para ir trabalhar. Ontem foi o meu primeiro dia de trabalho e para ir para Tres Cantos, o meu local de trabalho que fica a cerca de 20 kms do centro de Madrid, tenho de ir de comboio. Estou temporariamente instalado na zona de Lavapiés, o que me permite ir a pé até à estação da Atocha (15 minutos). É uma estação enorme sempre cheia de gente e tem uma particularidade muito interessante – tem um jardim lá dentro.

Já lá tinha estado em Novembro, de visita, e não foi de todo igual. Hoje senti-me e senti algo muito diferente. Reconheci as zonas onde apareceram imagens dos atentados de 11/03 na televisão e foi estranho. Foi estranho, ao ver as pessoas normais, apenas preocupadas em chegar a horas ao emprego, passarem por mim e pensar que, há uns tempos, morreram ali dezenas e dezenas de pessoas. Pessoas normais, como eu. Tenho a certeza que mais ninguém ali, naquele momento, estaria com pensamentos semelhantes. Apenas pensavam em chegar a horas ao emprego.

Os terroristas responsáveis pelos atentados foram detidos em Lavapiés. E, também aqui, nesta zona tão movimentada e cheia de vida, não vejo senão apenas pessoas normais, de outra cor ou raça, a fazerem pela vida.


Paz, por favor.